10 de maio de 2012

Pagando duas vezes

Olá meus amigos! Mais uma vez vamos fazer uma observação sobre algumas coisas que acontecem na nossa sociedade. Como é a primeira que faço aqui no Chronicante leia aqui para saber mais sobre o que estou falando.
Ontem fui levar minha mãe numa UBDS perto aqui de casa. Para variar, ficamos cerca de 4hs para ser atendido. Mas não é para reclamar do sistema público de saúde que estou escrevendo, seria muito clichê para eu fazer isso.
Sem querer ser redundante, mas já sendo, lembro que isso não é uma crítica, nem um artigo sério, só uma observação.
Enquanto esperava minha mãe ser chamada, ouvi uma conversa no banco de trás de onde estávamos (eu e minha mãe). A conversa girava em torno de “que demora, como isso é ruim, esses médicos são tudo folgado, vou fazer um convênio, não que seja melhor, mas...”
Para começar, as pessoas colocam a culpa nos médicos como se eles fossem os únicos culpados, talvez eles sejam os menos culpados, pois fazem o que podem dentro do limite. Já ouvi vários médicos dizendo que se você ficar menos de 40 min num consultório isso significa que não foi consultado. Imagine se os plantonistas de uma emergência desta levassem isso ao pé da letra, só o que atendeu minha mãe, atendeu quase que simultaneamente mais 9 pessoas, ou seja, teria que levar cerca de 7hs para atender todas, o que fez em pouco mais de uma hora. O nosso problema está em dois pontos, gestão e cultura, mas isso não é para agora.
Acho que me perdi. Mas já vou me achar. Achando-me então:
O que realmente me chamou a atenção e motivou a escrever este texto foi a parte do convênio, a moça disse que assim que pudesse iria fazer um, não que seria melhor, pois num caso de emergência seria mais ou menos a mesma coisa, mas teria outros benefícios, como exame e etc.
Mais fácil: fazer um convênio, por meu filho numa escola particular... Mais fácil ou mais cômodo?
É talvez muito cômodo você pagar pela saúde duas vezes e também pela educação, transporte e etc. do que cobrar efetivamente por mudanças nas políticas públicas.
E cobrar não significa reclamar nas redes sociais, ou nas salas de espera dos hospitais públicos, ou ainda nas filas de ônibus.
Cobrar é talvez perder um dia de trabalho pra fazer uma manifestação, não só o empregado, mas também o patrão (ih! Rimou). Saber o que acontece nos legislativos por aí, enfim...
Não estou aqui pra julgá-lo meu amigo leitor, e sim fazê-lo pensar no assunto.
Pense aí, que vou-me aqui.
Um beijo do Magro, fui…

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