13 de maio de 2012

We are right

Era uma reunião de família; não se sabe se Páscoa, Ação de Graça, Ramadã ou Natal; também a nacionalidade perdeu-se no tempo em que fora vivido. Apenas o que se sabe é o fato, sem mais nem o porquê.
A família socialmente inclassificável era comum: tinha avós e avôs, pais e mães, filhos e filhas, tios e tias; nem toda redundância desta última sentença poderia usurpar este quadro bíblico.
O estopim foi quando um deu sua opinião: gostava e apoiava os “piossabolachica”; tinha mais empolgação, era mais coerente apesar de aparentemente egoísta. Um absurdo – disse o outro – os “tuxanacubiçacala” apesar de aparentemente egoísta, era mais coerente e tinha mais empolgação.
Não chegaram a um acordo: metade apoiou um, metade outro.
Com o passar do tempo a cidade foi se dividindo entre estas duas ideias: de um lado os “imbaxissinefajula” e de outro os “tabevalimengoxa”.
Não se suportavam; eram xingamentos, pedradas, tiros, mortes, verdadeiros juramentos aos “lisNolaqualiangua” ou aos “rapabutonaem”. Sim, a cidade vivia assim.
Voltando-se ao velho quadro algum tempo depois, com seus avós e avôs, seus pais e mães, seus filhos e filhas, seus tios e tias, estes davam gargalhadas, não da situação, mas sim porque não se lembravam o porquê tinham brigado.
ps. Este texto foi escrito por volta dos ano de 2002 ou 2003 e postado no Mike Łٳ†€rά†μى em 03/11/2009.Leia outras crônicas antigas aqui

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