Era uma
reunião de família; não se sabe se Páscoa, Ação de Graça, Ramadã ou Natal;
também a nacionalidade perdeu-se no tempo em que fora vivido. Apenas o que se
sabe é o fato, sem mais nem o porquê.
A
família socialmente inclassificável era comum: tinha avós e avôs, pais e mães,
filhos e filhas, tios e tias; nem toda redundância desta última sentença
poderia usurpar este quadro bíblico.
O
estopim foi quando um deu sua opinião: gostava e apoiava os “piossabolachica”;
tinha mais empolgação, era mais coerente apesar de aparentemente egoísta. Um
absurdo – disse o outro – os “tuxanacubiçacala” apesar de aparentemente
egoísta, era mais coerente e tinha mais empolgação.
Não
chegaram a um acordo: metade apoiou um, metade outro.
Com o
passar do tempo a cidade foi se dividindo entre estas duas ideias: de um lado
os “imbaxissinefajula” e de outro os “tabevalimengoxa”.
Não se
suportavam; eram xingamentos, pedradas, tiros, mortes, verdadeiros juramentos
aos “lisNolaqualiangua” ou aos “rapabutonaem”. Sim, a cidade vivia assim.
Voltando-se
ao velho quadro algum tempo depois, com seus avós e avôs, seus pais e mães,
seus filhos e filhas, seus tios e tias, estes davam gargalhadas, não da
situação, mas sim porque não se lembravam o porquê tinham brigado.
ps. Este texto foi
escrito por volta dos ano de 2002 ou 2003 e postado no Mike Łٳ†€rά†μى em 03/11/2009.Leia outras crônicas antigas aqui
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