17 de abril de 2015

Observando a Terceirização

Impossível continuar adiando para falar deste tema: Terceirização. Nos últimos dias ponderei, esperei, li, reli texto sobre o assunto e, baseado neles e em minha capacidade cognitiva, farei algumas observações (tentarei ser sério e não ser muito irônico).
Começando com as justificativas que os deputados, alguns até de origem trabalhista – por mais bizarro que possa parecer – deram, como a de que era necessário corrigir falhas das atuais regras em caso de ações judiciais, por exemplo; deixar claro o que era atividade-fim etc etc e mais algumas outras etc que você venha a se lembrar (olha seriedade Mike!!!).
Estes que são os principais argumentos, é sério, havia uma necessidade de mudar todo o jogo por causa disso. Eles não perceberam que era só corrigir as tais falha e pronto. E outra, é tão difícil definir o que uma empresa faz como atividade-fim? Ou será que a capacidade cognitiva dos empresários é tão limitada? Se bem que neste caso se fazer de burro foi conveniente.
E é justamente no que se refere a tal atividade-fim que está o ponto mais danoso para os trabalhadores, pois este “liberô geral” vai com certeza destruir com as conquistas dos trabalhadores.
(Aos que estão acostumados a lerem meus textos, eu sei que costumo não ser tão enfático, mas este tema...)
Como foi dito, há uma dificuldade, proposital, em entender o que é atividade-fim. Sendo assim vamos ajudá-los: se você tem uma construtora sua atividade-fim é construir, se você se propôs a fazer um prédio você tem construí-lo do alicerce ao acabamento. Se você é uma montadora de veículos sua atividade é, vamos ver se você adivinha... é isso aí, montar veículos (por favor, se alguém ainda tiver dificuldade em descobrir qual é sua atividade-fim, mande-me um e-mail que uma equipe de especialistas sem nada por fazer prestará este serviço, mas pode ficar tranquilo que, para garantir a qualidade e o respeitos ao meu cliente, o trabalho não será terceirizado).
Mas por que mudar tal regra seria tão danoso para o trabalhador? Eles dizem que os direitos estarão garantidos. Alguns estão dizendo que diminuirá o salário, como assim?
Pensei em uma metáfora realística que elaborei nestes dias, algo muito óbvio eu sei, mas é sempre bom deixar os pingos bem em cima do “is”.
Suponhamos (pensei em escrever suponhetemos, mas devido a seriedade do texto...) que eu seja dono da MB Motors, uma montadora de veículos, minha atividade-fim, como dito antes é montar veículos, eu gasto, sei lá, uns 500 mil reais por mês para manter cerca de mil funcionários, e resolvo terceirizar minha linha de montagem. Eu como um bom empresário, não vou querer gastar mais que os 500 mil que já gasto, talvez contrate a terceirizada que me fizer por um preço menor.
E... simples, a terceirizada também é uma empresa que precisa de lucro, e ele sairá destes 500 mil, fazendo com que ela diminua os salários dos trabalhadores, e até diminua a quantidade deles, aumentando a horas trabalhadas destes, para garantir seu lucro. Sem contar que diminuindo os salários diminuir-se-á também os direitos a ele relacionado.
Desculpe a obviedade das questões postas, mas as vezes ela se faz necessária, principalmente por não sentir uma indignação real da população brasileira, e quando digo isso é porque não é só com posts nas redes sociais ou textos mal produzidos como este que o problema será resolvido.
E mesmo não cumprindo minha promessa de extrema seriedade, se bem que o fundamentalismo seja lá onde for não é nada saudável, eu fico por aqui.
Um beijo do Magro, fui...

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