16 de junho de 2013

Brasil mostrando sua cara

O ano em que nasci, 1984, foi marcado pelo movimento das Diretas já, a abertura política estava sendo fertilizada para que anos mais tarde nascesse a nossa democracia.
Uma imagem que sempre me marcou muito foi de Covas, FHC, Lula entre outros políticos e também artistas no “palanque”, discursando em favor das Diretas.
Por que toda esta introdução? Porque eu gostaria de saber onde estava o atual governador de São Paulo neste momento. E mais: ele não tem respeito pela história e luta que foi também de seus companheiros de partido?
(Seja lá qual for a classe social que tal partido represente, nada justifica a violência da Policia Militar de São Paulo nas manifestações na capital).
A falta de respeito demonstrada pelos administradores públicos à História e à democracia brasileira me faz questionar se realmente saímos da ditadura militar ou se ela apenas mudou sua forma (estou sendo muito inocente em pedir respeito à história neste país que não julgou os crimes da ditadura?).
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Nestes dias de manifestações contra os aumentos nas passagens que ônibus, li alguns textos, e alguns pontos me chamaram a atenção, como por exemplo, a legitimidade das ações (refiro-me ao tal vandalismo): que nenhum tipo de violência é justificável, apesar de um aparente clichê, é obviu, mas esta em questão é explicável.
Engaiole um animal selvagem e fique o provocando para ver se ele não o atacará quando solto (antes que digam que estou chamando os manifestantes de animais vos digo que não o são, mas é inegável que o poder público vem nos tratando de uma maneira que não se deve tratar nem animais).
Então os policiais têm uma explicativa para o uso da violência por que são subjulgados por seus superiores? Para responder esta, pedirei licença a uma história contada por Sidney Magal à Marília Gabriela numa entrevista. Quando ele serviu o exército durante a ditadura ele disse (mais ou menos assim) a um superior: “me coloque nesta não, pois eu me recuso a bater em estudante”.
Outro ponto que me chamou a atenção foi “do por que estariam fazendo as manifestações, se eles têm uma causa? Neste mundo de alta tecnologia, liberdades, blábláblás, há o que se reivindicar?”.
Confesso que nestes últimos anos, vinte talvez, principalmente no Brasil houve um certo marasmo político dos jovens que acreditavam talvez que não havia nada a ser conquistado, que a máquina democrática por si só já resolveria todos os problemas. Mas como nunca é tarde pra se acordar... Ah! E mesmo que muitos estejam ainda em seus quartos, já estão preparados pra ir às ruas.
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Sempre tive uma saudade de um tempo que não vivi: os tempos da ditadura onde “se tinha por que lutar”, mas agora que a máscara da “perfeição social” advinda do fim da ditadura caiu, sei que aquela imagem dos políticos no palanque sumirá, e será substituída pela imagem dos jovens nas ruas, lutando, e genuinamente, por um mundo melhor, e hoje mais que nunca, eu acredito é, em nós, (n)a rapaziada...
Um beijo do Magro, fui...

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