Depois da eliminação das seleções femininas nas Olimpíadas
e no mundial sub-20 lembrei que um tempo atrás escrevi um texto
criticando o esquema tático do técnico Kleyton Lima que perdera o mundial
de 2011, sou obrigado a dar o braço a torcer, pois pelo menos ele tinha um. Mas
não é pra criticar o novo técnico, que não conquistou a medalha de ouro nas olimpíadas,
que estou aqui, eles são apenas a ponta do iceberg do verdadeiro motivo pelo mal
desempenho de nossa seleção.
Não dá pra negar que nossas medalhas conquistadas
nas olimpíadas anteriores foram através de uma superação tática, técnica e
física de nossas jogadoras, aliada ao talento insuperável de Marta, Cristiane e
a experiência de jogadoras como a Formiga. Porém nesta última Olimpíadas isso
não foi o suficiente, tendo em vista que Marta não estava, neste torneio, numa
boa fase e o poder de superar as questões técnicas, tática e físicas torna-se
cada vez mais difícil num futebol feminino que vem se desenvolvendo e se profissionalizando
cada vez mais
Então como fazer para desenvolver o nosso futebol
olímpico?
Há mais ou menos uma década, o vôlei vem fazendo um
trabalho espetacular e conquistando praticamente tudo, tanto no masculino, como
no feminino, e como fazem isto? Através de seleções de base permanentes.
Não conheço os detalhes, mas sei que há convocações
destas seleções periodicamente, assim os jogadores, ainda em formação, trocam experiências
e desenvolvem seus fundamentos com os melhores profissionais da área.
Note um detalhe: nosso campeonato de vôlei é um dos
melhores do mundo pra não dizer o melhor. E a CBV conseguiu isso de forma
indireta investindo nas seleções, não nas ligas.
É neste ponto que queria chegar.
A CBF deveria esquecer os campeonatos e cuidar das
nossas seleções que, aliás, não só anda mal no feminino, e deixar que os clubes
se virem com relação aos campeonatos.
Isso significa que se a CBF tiver bom senso ela pode
desde já começar a desenvolver estas seleções de base permanentes,
principalmente no feminino que tem menos estrutura nos clubes, para que
tenhamos alguma chance de ganhar a medalha de ouro no Rio 2016, dinheiro ela
tem, basta querer.
Sei que mudar nossa cultura, principalmente no que
diz respeito ao desenvolvimento do futebol feminino, é difícil, ainda mais num
pais que acha normal, como já houve casos na Granja Comary, de a seleção sub-17
treinar no campo principal enquanto a seleção feminina principal treinava em
campos secundários.
Pra terminar sei que tudo que falei é de uma
obviedade supra-suprema, mas tem-se que se falar até que os comandantes do
futebol brasileiro percebam isto.
Um beijo do Magro, fui…
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