1 de setembro de 2012

Óbvia obviedade

Depois da eliminação das seleções femininas nas Olimpíadas e no mundial sub-20 lembrei que um tempo atrás escrevi um texto criticando o esquema tático do técnico Kleyton Lima que perdera o mundial de 2011, sou obrigado a dar o braço a torcer, pois pelo menos ele tinha um. Mas não é pra criticar o novo técnico, que não conquistou a medalha de ouro nas olimpíadas, que estou aqui, eles são apenas a ponta do iceberg do verdadeiro motivo pelo mal desempenho de nossa seleção.
Não dá pra negar que nossas medalhas conquistadas nas olimpíadas anteriores foram através de uma superação tática, técnica e física de nossas jogadoras, aliada ao talento insuperável de Marta, Cristiane e a experiência de jogadoras como a Formiga. Porém nesta última Olimpíadas isso não foi o suficiente, tendo em vista que Marta não estava, neste torneio, numa boa fase e o poder de superar as questões técnicas, tática e físicas torna-se cada vez mais difícil num futebol feminino que vem se desenvolvendo e se profissionalizando cada vez mais
Então como fazer para desenvolver o nosso futebol olímpico?
Há mais ou menos uma década, o vôlei vem fazendo um trabalho espetacular e conquistando praticamente tudo, tanto no masculino, como no feminino, e como fazem isto? Através de seleções de base permanentes.
Não conheço os detalhes, mas sei que há convocações destas seleções periodicamente, assim os jogadores, ainda em formação, trocam experiências e desenvolvem seus fundamentos com os melhores profissionais da área.
Note um detalhe: nosso campeonato de vôlei é um dos melhores do mundo pra não dizer o melhor. E a CBV conseguiu isso de forma indireta investindo nas seleções, não nas ligas.
É neste ponto que queria chegar.
A CBF deveria esquecer os campeonatos e cuidar das nossas seleções que, aliás, não só anda mal no feminino, e deixar que os clubes se virem com relação aos campeonatos.
Isso significa que se a CBF tiver bom senso ela pode desde já começar a desenvolver estas seleções de base permanentes, principalmente no feminino que tem menos estrutura nos clubes, para que tenhamos alguma chance de ganhar a medalha de ouro no Rio 2016, dinheiro ela tem, basta querer.
Sei que mudar nossa cultura, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento do futebol feminino, é difícil, ainda mais num pais que acha normal, como já houve casos na Granja Comary, de a seleção sub-17 treinar no campo principal enquanto a seleção feminina principal treinava em campos secundários.
Pra terminar sei que tudo que falei é de uma obviedade supra-suprema, mas tem-se que se falar até que os comandantes do futebol brasileiro percebam isto.
Um beijo do Magro, fui…

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