Duzentena, salas que se fecham, amontoado de alunos nas que ficam. A desvalorização do professor não se dá apenas por um baixo salário (que no nosso mundo capitalista é o principal determinante), mas pelo “sucateamento” profissional.
Para quem não sabe, em Ribeirão Preto pelo menos, muitos professores do estado passaram mais de 10 horas em atribuição de aulas (processo de aquisição de aula), e alguns nem as conseguiram.
E como o que é ruim pode piorar, os contratados, mesmo os que não estão impedidos de dar aula (isso mesmo impedidos de trabalhar), correm o risco de ficarem sem aula, mesmo as de caráter eventual, pois há o risco destes profissionais concorrerem com professores efetivos adidos ou os que precisam completar sua carga horária.
Algum desavisado, ou mal-intencionado, pode pensar “tá sobrando professor”, mas estes acontecimentos são fruto de um planejamento mal feito, associado a uma cultura insana de cortes de gastos na educação (já que não se olha o dinheiro para o setor como investimento).
Apontar o dedo ao setor público não é difícil, pois há uma clara incompetência em todas as esferas, sejam elas municipal, estadual ou federal (e só estou usando o termo “incompetência”, pois quero ser mais objetivo que que emotivo). O que me incomoda mesmo é ver a parcimônia dos cidadãos
em geral.
Lutar por uma escola pública de qualidade é obrigação de todos, porém há um certo comodismo da população, pois é mais fácil, mais simples, além do status, colocar seu filho na escola particular do que lutar por uma educação de qualidade (mas isso dá outro texto).
A questão é que muitas vezes o professor sofre calado os desmandos do setor público, seja por medo ou por cansaço (já que os poucos que gritam enfrentam sanções de todos os lados, mais um outro texto), e o que fica é que o único profissional que se preocupa em proporcionar uma vida melhor para seu filho, poderá ficar desempregado depois de 8, 5 anos de dedicação.
Quem sabe volto a separar remédios...
Um beijo do Magro, fui…
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